quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
1240 - Testemunhos de Natal
No último dia de aulas acompanhei uma turma numa festa de Natal organizada pela DT e conselho de Turma.
Cantaram, riram e também disseram, à maneira de um jogral, o poema abaixo. É mesmo um poema delicioso que foi escrito para ser dito e não apenas para ser lido.
Veja-se a fonética e a onomatopeia! Belo.
Quem o escreveu? Vinicius, pois claro
Testemunhos de Natal
De repente o sol raiou
E o galo cocoricou:
— Cristo nasceu!
O boi, no campo perdido
Soltou um longo mugido:
— Aonde? Aonde?
Com seu balido tremido
Ligeiro diz o cordeiro:
— Em Belém! Em Belém!
Eis senão quando, num zurro
Se ouve a risada do burro:
— Foi sim que eu estava lá!
E o papagaio que é gira
Pôs-se a falar: — É mentira!
Os bichos de pena, em bando
Reclamaram protestando.
O pombal todo arrulhava:
— Cruz credo! Cruz credo!
Brava
A arara a gritar começa:
— Mentira! Arara. Ora essa!
— Cristo nasceu! canta o galo.
— Aonde? pergunta o boi.
— Num estábulo! — o cavalo
Contente rincha onde foi.
Bale o cordeiro também:
— Em Belém! Mé! Em Belém!
E os bichos todos pegaram
O papagaio caturra
E de raiva lhe aplicaram
Uma grandíssima surra.
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