sexta-feira, 6 de julho de 2007
233 - rotinas
Quando ela deixa o turno fabril
Apanha o autocarro e regressa
Espalha em casa o odor textil
E a roda viva recomeça
Ao pôr do sol faz uma pausa
E pensativa vai à janela
Como se dali fosse ver tudo
O que é mistério á volta dela
Depois liga o rádio p'rá onda média
Ansiosamente remexe o botão
Em busca daquela força
Que às vezes vem numa canção
E se passarem a janis joplin
Fica acessa num repente
Põe-se a dançar em frente ao espelho
E sobe a saia acima do joelho
E vai cantando no quarto-de-banho
Aproveitando a ressonância
A vizinhança acha estranho
E até comenta a extravagância
Mas ela é assim está-se nas tintas
Tem ganas de se ir embora
Mandar o seu mundo ao ar
Subir ao palco e ser cantora
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