Após uns meses passados a ler Teses nos transportes públicos :-(  de modo a aproveitar  o tempo, retomei esta semana a leitura de ficção. O livro de vos falo, li-o hoje num só dia e confesso que a história me prendeu!
“A Ofensa”,  do espanhol Ricardo Menéndez Salmón, foi prémio Nacional da Critica Espanhola em 2007.
Através  de um escrita belíssima, Ricardo Menéndez Salmón conta-nos a história  de Kurt Crüwell, um jovem alfaiate alemão, homem de poucas ambições para  lá das comuns a qualquer habitante vulgar de um bairro de Bielefield. O  seu azar foi ter vivido, no auge da sua juventude, na Alemanha nazi, e  de a 1 de Setembro de 1939, dia do seu 24.º aniversário, Hitler ter  invadido a Polónia. No dia seguinte, na primavera dos seus 24 anos, Kurt  fica a saber que terá de se alistar no exército e deixar para trás o  pai, alfaiate, a mão e a irmã. E a namorada... 
Deixa  para trás um mundo já construído, estável, onde tudo estava programado e  encarrilado, e sem qualquer preparação mergulhou numa realidade  completamente nova, a da guerra, com a agravante de ter de enfrentar  situações até então para si inimagináveis. Neste livro, vemos a  perspectiva do agressor, que, em simultâneo, é vítima, já que tem de  enfrentar, enquanto espectador, atrocidades difíceis de engolir. Isso é  precisamente o que acontece ao pacato alfaiate Kurt, quando, numa  pequena localidade francesa, vê um dos seus superiores ordenar que  grande parte da população (90 pessoas, incluindo muitas mulheres e  crianças) fosse encarcerada na igreja local, à qual de seguida atearam  fogo. A sua história de vida muda completamente...
Confesso que não gostei do final mas isso não será o mais importante na lógica de um livro de ficção que nos atira para a possibilidade das múltiplas leituras que o texto nos permitir (excepto as que a letra do texto não permitir) 
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