quinta-feira, 16 de junho de 2011

1365- pensamentos ao correr da pena
















1 - Da janela do comboio já não se vêem Jacarandás no Palácio das Necessidades. Foi uma explosão de cor que durou 2 ou 3 semanas. Agora voltou o verde mas as cores de Lisboa são agora o fogo do Verão que se aproxima (amarelos, vermelhos, dourados...)
Que pena não ter trazido a máquina. Era giro ir comparando as tonalidades...

2 - Um destes dias (acho que foi segunda) estava tão embrenhado na leitura que iá ficando fechado no metro. Não é que não ouvi: estação terminal. Pede-se aos Srs passageiros...?
Lá bati à porta e lá me a abriram.... quem me manda ler o Primo Levi...
3 - Ontem dei a última aula deste ano lectivo. Ficou um não sei quê... Os miúdos foram quase unânimes nos textos que fizeram que me acharam "fixe"... Eu é que os vejo partir com a noção do que poderia ter sido e de que não houve tempo para nada e tanto que tinha para conversar ainda com eles. Deitei a rede ao mar, semeei, Eles serão os novos pescadores e colherão os frutos. Que sejam felizes! bem o merecem tais as carências que alguns tinham... tudo servia para chamar a atenção, havia até um que parecia que tinha pregos nas cadeiras e estava sempre de pé. Precisava de ser "visto". Um afago e lá sossegava ele. Que vidas!
Muitos deles têm muitas potencialidades. A ver o que a vida faz deles e o que eles fazem da vida!
"havia de haver uma festa... o que eu espero da vida é viver"

4 - E sempre esta noção de insatisfação. Será a forma como eu vejo as coisas tão diferente da forma como eles a vêem ou me vêem?Serei louco? estarei louco? podem-me os sentidos trair tanto? será imaginação?
"Era uma vez um homem chamado Job, que vivia no país de Hus. Era um homem íntegro e recto, que temia a Deus e evitava o mal. Tinha sete filhos e três filhas. Possuía também sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois, quinhentas mulas e grande número de empregados. Job era o mais rico dos homens do Oriente.
Os filhos de Job costumavam fazer banquetes, um dia na casa de cada um, e convidavam as três irmãs para comer e beber com eles. Quando terminavam esses dias de festa, Job mandava-os chamar, para os purificar. Ele madrugava e oferecia um holocausto por cada um deles, pensando: «Talvez os meus filhos tenham pecado, ofendendo a Deus no seu coração». E Job fazia assim todas as vezes.
Certo dia, os anjos apresentaram-se diante de Deus e, entre eles, foi também Satanás. Então Deus perguntou a Satanás: «De onde vens?» Satanás respondeu: «Fui dar uma volta pela Terra». Deus disse-lhe: «Reparaste no meu servo Job? Na Terra não existe nenhum outro como ele: é um homem íntegro e recto, que teme a Deus e evita o mal».Satanás respondeu a Deus: «E é a troco de nada que Job teme a Deus? Tu mesmo puseste um muro de protecção ao redor dele, da sua casa e de todos os seus bens. Abençoaste os seus trabalhos, e os seus rebanhos cobrem toda a região. Estende, porém, a mão e mexe no que ele possui. Garanto-Te que ele Te amaldiçoará na face!»
Então Deus disse a Satanás: «Pois bem! Faz o que quiseres ao que ele possui, mas não estendas a mão contra ele». E Satanás saiu da presença de Deus.
Certo dia, os filhos e filhas de Job comiam e bebiam na casa do irmão mais velho..."

(felizmente que a leitura que agora trago comigo apresenta um personagem que pensa da mesma forma...) 

3 comentários:

  1. Os jacarandás deviam ficar floridos pelo menos 3 meses. Toda a primavera. É que são tão bonitos...
    Mas as cores do verão também são belas. Por mim, no entanto, prefiro as do outono...

    Beijo, João.

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  2. Os jacarandás permanecem ainda em flor, na minha memória.
    E este texto fez-me sorrir de tão...eternecedor porque real.

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  3. Olá AnaMar:

    Lá real é. às vezes fico admirado é de fazer sentido para mais alguém!

    Bjs

    João P.

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