quarta-feira, 20 de outubro de 2010
1198 - E no fazendo acontecendo, deixar ir o coração
Emigrantes de 4ª Dimensão
Dá-me uma ajuda, ó médico das almas
Para escolher em que combate combater
Quem condeno eu à vida
Quem condeno eu à morte
Que me podes tu dizer
Encostado à árvore do tempo
Folhas vivas, folhas mortas, estações
Nada disto faz sentido
E o sentido do sentido não paga as refeições
Este torpor só tem uma solução
Sejamos deuses, é meter as mãos à obra
E no fazendo acontecendo
Deixar ir o coração
Que é o que nos sobra
Ao fazer-se o mundo nasce de si próprio
Ser avô é uma alegria atravessada
Dá para rir e p’ra chorar
Não temos nada com isso
E nada não é nada
Disseste um dia que tudo vale a pena
Tornar as almas mais pequenas é que não
Vamos sobre as duas patas
Juntar as partes da antena
Espalhadas pelo chão
Fecha a porta que vem frio lá de fora
Diz o coxo ao despernado, e eu aqui
Fui à procura de mim
Encontrei-me mesmo agora
E ainda não fugi
O tempo corre por entre pívias e manhas
E tudo fica cada vez mais como está
Mas ao correr desta pena
Não fico à espera que venhas
Eu já sou o que virá
José Mário Branco
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Como não gostar...
ResponderEliminar:)Beijos, João*
Maria:
ResponderEliminarÉ mesmo!
Beijo
João P.