9 de Julho:
Hoje apetece-me escrever.
“Quem prende a água que corre
é por si próprio enganado;
o ribeirinho não morre
vai correr por outro lado”
António Aleixo
Tenho quase 43 anos. Já consegui muita coisa, já cheguei muito longe, já tive oportunidades que à grande maioria da população não foram dadas ou a elas não conseguiram aceder.
Sei que grande parte do que obtive não foi mérito meu, muito me foi dado e sei que devo ter um “Anjo da Guarda” dos bons mas…
Porque será que tenho esta estranha sensação de sofrimento e de que foi tudo conquistado a custo de sangue, suor e lágrimas? Porque será que raramente consigo saborear “vitórias” e que até parece que, para os outros, devia ter vergonha delas, tal é a “crise” que se estabelece após cada uma delas?
Que sensação de cansaço e desespero. Devia estar feliz por chegar onde muitos quiseram ou desejaram chegar, mas aí chegado parece que tudo é dor e nada pode ser saboreado. Serei algum pecador por ter conseguido chegar lá. Será errado querer sempre mais? Ter a ambição do longe e da distância? Devia ser apenas uma “mosquinha tonta”?
Que diabo! Deus, ou seja lá quem for (quem sabe o demónio) cria-nos com ânsias de infinito, lutamos por isso, e a cada patamar alcançado parece que é errado ter lá chegado e é só dor e cansaço
Se é para desfazer porque é que fez? Disse o poeta e digo eu. Valerá a pena isto tudo? Serão mais felizes aqueles que se acomodam? Será que é errado desejar ser mais e ir mais longe? Estarei errado? Será isso um defeito? Porque não posso “saborear” algumas vitórias? Será que ao fazê-lo serei o culpado de todos os males e injustiças que há por este mundo?
Por vezes parece que incarno o mito de Sísifo. Carrego a pedra e até chego ao cimo da montanha, mas há sempre algo que me impede de saborear, levando à ideia que isso foi um “crime” e que até devia deixar cair a pedra e carregá-la de novo.
Serei assim tão egoísta? Serei egoísta por querer ser mais, por querer mais, por não me acomodar?
Hoje apetece-me escrever.
“Quem prende a água que corre
é por si próprio enganado;
o ribeirinho não morre
vai correr por outro lado”
António Aleixo
Tenho quase 43 anos. Já consegui muita coisa, já cheguei muito longe, já tive oportunidades que à grande maioria da população não foram dadas ou a elas não conseguiram aceder.
Sei que grande parte do que obtive não foi mérito meu, muito me foi dado e sei que devo ter um “Anjo da Guarda” dos bons mas…
Porque será que tenho esta estranha sensação de sofrimento e de que foi tudo conquistado a custo de sangue, suor e lágrimas? Porque será que raramente consigo saborear “vitórias” e que até parece que, para os outros, devia ter vergonha delas, tal é a “crise” que se estabelece após cada uma delas?
Que sensação de cansaço e desespero. Devia estar feliz por chegar onde muitos quiseram ou desejaram chegar, mas aí chegado parece que tudo é dor e nada pode ser saboreado. Serei algum pecador por ter conseguido chegar lá. Será errado querer sempre mais? Ter a ambição do longe e da distância? Devia ser apenas uma “mosquinha tonta”?
Que diabo! Deus, ou seja lá quem for (quem sabe o demónio) cria-nos com ânsias de infinito, lutamos por isso, e a cada patamar alcançado parece que é errado ter lá chegado e é só dor e cansaço
Se é para desfazer porque é que fez? Disse o poeta e digo eu. Valerá a pena isto tudo? Serão mais felizes aqueles que se acomodam? Será que é errado desejar ser mais e ir mais longe? Estarei errado? Será isso um defeito? Porque não posso “saborear” algumas vitórias? Será que ao fazê-lo serei o culpado de todos os males e injustiças que há por este mundo?
Por vezes parece que incarno o mito de Sísifo. Carrego a pedra e até chego ao cimo da montanha, mas há sempre algo que me impede de saborear, levando à ideia que isso foi um “crime” e que até devia deixar cair a pedra e carregá-la de novo.
Serei assim tão egoísta? Serei egoísta por querer ser mais, por querer mais, por não me acomodar?
Será que o Vasco da Gama e todos aqueles que se foram da "lei da morte libertando" estavam errados?
Ah! Deixem-me ao menos subir às palmeiras, deixem-me beber maruvo e saborear e festejar e...
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