domingo, 13 de abril de 2014

14 poemas até ao dia 25 de Abril

Minha pena minha espada

Dois países num país
Canto o escravo ou o senhor
Canto a dor que se não diz
Canto a dor

Minha pena a quem prendeu
Guitarras com que cantavas
Solta as aves que cresceram
Nas palavras

Rasga os silêncios e canta
Vestida de terra e lua
Solta o vento na garganta
Desce à rua

Minha pena baioneta
Meu navio a minha enxada
Minha pena de poeta
Minha espada

Esta rua é teu país
E a quem se senta no trono
Vai e diz, vai e diz
Os homens não têm dono


Manuel Alegre

Sem comentários:

Enviar um comentário

1905 - (da consciência de existir) O uso do telemóvel e a perda da experiência ao vivo

  Há u m gesto que se tornou quase inevitável em qualquer espetáculo ao vivo: o erguer do telemóvel. No caso de um concerto em sala de espet...