segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

1440 - Ainda em tempo de festas

"Estes" tipos já me conseguiram tirar mais um pequeno "prazer". Não é que eu valorize muito festas com dias muito marcados e convencionais como o Carnaval (em que se vê a malta meio despida, a tremer de frio, a querer imitar uma mais genuína festa tropical) ou a passagem do ano pois torna-se esquisito acompanhar os noticiários de dia 31 de Dezembro e ver que de leste para oeste já muito celebraram o novo ano, fruto de uma convenção relativa à marcação das horas e dias.

Mesmo assim, o Ano Novo sempre era alguma coisa que marcava algo com os tais votos/decisões/balanços de perdas e ganhos e a tentativa de acertar alguns passos...

Pois, até a ideia de que o que estava para vir podia ser melhor do que o que já existia nos foi roubada! temos a promessa da emigração para nós e para os nossos filhos e a certeza de que o próximo vai ser pior do que este. Onde já se viu o iva da electricidade a 23%? como se ter luz em casa fosse um luxo!!! É o tal regresso ao passado e ao empobrecimento que querem que assumamos!

Regresso ao passado? só aquela das boas memórias de Natais longínquos em que nós, as crianças, comíamos na cozinha antes do "grandes" e era uma diversão o resto da noite enquanto os adultos jantavam sossegados e conversavam pachorrentamente.
Lembro-me bem da primeira vez que me sentei à mesa na ceia de Natal e tive direito a estar com os adultos a jantar! O avô, a avó, os tios e tias, os pais, os primos, os irmãos!
De tudo o resto, de alguns que abandonavam a escola precocemente, da guerra que nos chegava a casa pela TV, dos embarques do avô, da emigração, das cartas que chegavam lidas, não quero regresso!
Regresso que aceito é o da esperança, na noite da passagem do ano, em que desejávamos, em cima de uma cadeira, como num toque de magia o concretizar de todas as esperanças, mesmo as impossíveis!

Dão-nos um lírio e um canivete...


Dão-nos um bolo que é a história
da nossa historia sem enredo
e não nos soa na memória
outra palavra que o medo

Temos fantasmas tão educados
que adormecemos no seu ombro
somos vazios despovoados
de personagens de assombro

2 comentários:

  1. É verdade que dói termos de reconquistar o que foi nosso há tão pouco tempo. Mas é isso que teremos de fazer, para bem dos nossos filhos e netos: continuar a Luta!
    Nada de desmoralizar. Tudo o que eles nos fazem faz crescer uma enorme raiva dentro de mim. E estou preparada para a luta, seja ela qual for.

    Apesar de tudo, um bom ano para ti.
    Beijo, João.

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  2. Maria:

    É de facto preciso não deixar que se perca tudo!!!

    ou nada

    estou farto de ver quem pode a fugir sendo que o trabalhadores por conta de outrem é que pagam a crise!!!

    Basta já

    Beijo

    João

    ResponderEliminar

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