quinta-feira, 5 de maio de 2011
1336 - não posso adiar o coração
Por estes dias as emoções têm estado à flor da pele: Parece que nada bate certo e que todas as "estratégias"/opções tomadas na vida não fizeram sentido
"Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado:
Assim que só para mim
Anda o mundo concertado."
Não que me inclua no lado dos sempre bonzinhos coitadinhos. não! também tenho os meus defeitos... No entanto reconheço que tenho procurado encarar a minha vida profissional na lógica de procurar valorizar as relações humanas e não tentar passar por cima de ninguém.
Parece que não fui muito longe assim.
Há alguns "becos sem saída" que isso demonstram..
Então tentar ser como os "outros" valerá? pelos vistos também parece que não vamos longe assim! isso também é julgado como errado. Não podes ser diferentes dos outros pois isso é considerado sobranceria. Não podes ser igual pois isso é julgado com agir errado...
Que porra! que fazer? como sair do labirinto?
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Hoje... presencio uma cena típica de tentativa de "envenenar".o local de trabalho. Alguém que se julgava com um sentido de justiça superior (que acaba por ser tão cego, tão cego que nem justiça é, por não servir o homem mas apenas a "lei") tentava por os colegas contra um outro por este ter conseguido algo a que supostamente não deveria ter direito...
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Não sou assim!!! nunca me senti feliz com o mal dos outros e numa lógica de não é para mim e não é para ninguém...
No entanto...
Procurar outra lógica também não nos leva longe. Quem julgamos nós que somos? a perfeição moral? julgamos que conseguimos mudar o mundo? queremos um mundo só nosso? ou à nossa medida?
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Amor/ódio
Cada vez mais estas palavras andam juntas... por que diabo eu sou assim? qual o motivo para tanta emoção à flor da pele? por que diabo não se pode mesmo adiar o coração?
"Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração."
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