“A imaginação é a louca da casa.”
Santa Teresa de Jesus
Este foi o último livro que li. Confesso que fiquei meio perplexo no início sobre do que se tratava: Um romance? Um ensaio? Uma autobiografia? Como já tinha lido a História do Rei transparente fiquei confuso...
A Louca da Casa é uma viagem através do misterioso universo da fantasia, da criação artística e das recordações mais secretas da própria autora.
Rosa Montero empreende uma viagem ao mais profundo do seu ser através de um jogo narrativo pleno de surpresas, onde literatura e vida se misturam num cocktail afrodisíaco de biografias alheias e de autobiografia romanceada. Vai revelando os segredos da corporação dos escritores. Surgem então os fingimentos de Goethe, a doença de fracasso de Walzer e a síndrome do sucesso de Capote, o drama do reconhecimento póstumo com Melville, o egoísmo de Tolstoi, a vaidade de Calvino, de modo que as entranhas da criação literária vão se tornando íntimas Aos poucos, para a surpresa de quem lê, a autora imagina e cria uma narrativa literária com a sua própria biografia,
Todavia, não devemos fiar-nos por completo em tudo o que a autora conta sobre si mesma: as recordações não são sempre o que parecem. Um livro sobre a fantasia e os sonhos, a loucura e a paixão, os medos e as dúvidas dos escritores – mas, também, de cada um de nós –, A Louca da Casa é, sobretudo, a tórrida história de amor que existe entre Rosa Montero e a sua própria imaginação.
Gostei sobretudo da reflexão sobre a necessidade que o escritor tem de escrever e ler e de tudo o que isso implica
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