quinta-feira, 4 de junho de 2009
826 - Miguel Horta
Hoje assisti a uma sessão com o autor e ilustrador Miguel Horta. Os destinatários foram alunos do 6º e 7º ano.
Confesso que me entusiasmei pela comunicação que se estabeleceu e por ter visto, pela primeira vez, alguém reflectir com miúdos as três formas distintas de trabalhar com livros: Lê-los, ouvi-los e escrevê-los. Cada uma destas dimensões é, de facto, diferente e complementar.
O Miguel leu-lhes alguns poemas (uns dele outros não) mas o curioso foi perceber que os poemas dele foram escritos para serem ditos (ou foram ditos e só depois escritos) dado que a musicalidade e fonética era trabalhada e funcionava. Isso não acontece em muitos poemas escritos que ao serem ditos perdem alguma da beleza por não terem uma métrica e estrutura adequada... (isto a musicalidade do poema fazem muito bem os rapers). A leitura expressiva cativou os miudos e não deixou de ter sentido ouvir Luís de Camões ou António Gedeão numa versão hip-hop.
Poema colectivo de feito na aula de português por alunos do 6ª ano a partir da sinopse do livro de Miguel Horta
Na ilha de Tamarindo
Vivia um rapaz
Contava tudo mentira
Que é coisa que não se faz.
Um dia conheceu uma baleia
De seu nome baleote
Apesar de "más sementes"
Era um rapaz com sorte.
Mas ser mentiroso
Não é coisa que se faça.
Isso ficou provado
Quando baleote o avisou da desgraça.
Tentou avisar os seus
Mas ninguém acreditou.
O que ele tinha semeado
Para ele voltou.
Da segunda, pensou ele
Que nele iriam acreditar.
Mas a semente estava funda
E voltaram a duvidar.
Foi avisado de uma erupção vulcânica
E o pai dele acreditou.
Contou aos amigos
E assim a ilha se salvou.
Mas há sempre uma volta
Na hora de provar valores.
Era a hora do rapaz salvar baleias
Salvá-las dos caçadores.
E tentaram esclarecê-los
Mas isso não resultou.
Tiveram de levá-los para as rochas
Onde o barco deles se afundou.
E a natureza ao acertar as contas
Iam ser mortos pelo tubarão.
Mas foram salvos belas baleias
Que mostraram o seu grande coração.
E na ilha da baleia
Ficou um pacto no mar.
Está escrito para quem leia
"aqui é proibido caçar".
A turma do 6º...
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