
Confesso que este poema nunca me disse muito, talvez por ter sido musicado com um ritmo que não lhe empresta a urgência das palavras, talvez por nunca o ter lido com a atenção devida, talvez por não ter o estado de espírito adequado quando o leio.
Na sequência do post anterior, acho-o, por estes dias, lindo.
Não posso adiar o amor para outro século)
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
não posso adiar o coração
antónio ramos rosa
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