BALADA DE FEVEREIRO
Chove nas ruas como nas veias 
cidade cheia de mágoas
cidade cheia de mágoas
e não há barcos ideias 
que nos levem por sobre as águas 
que tu vento despenteias.
que tu vento despenteias.
Há só a chuva nos vidros 
e este viver para dentro
há só minutos perdidos
e este viver para dentro
há só minutos perdidos
e as caravelas do pensamento 
naufragadas nos sentidos.
naufragadas nos sentidos.
Palavras tristes de Fevereiro 
se vos vestis de melancolia
se vos vestis de melancolia
se vos rodeiam de nevoeiro 
como falar da alegria?
Dai-me um verso marinheiro.
como falar da alegria?
Dai-me um verso marinheiro.
Minha cidade embuçada 
na capa do nevoeiro 
minha cidade encarcerada 
nas grades de Fevereiro.
Dai-me um verso madrugada
palavras tristes de Fevereiro.
nas grades de Fevereiro.
Dai-me um verso madrugada
palavras tristes de Fevereiro.
Minha cidade calafetada 
quando à porta bate o vento
há só poetas cantando
quando à porta bate o vento
há só poetas cantando
este viver para dentro 
e as caravelas do pensamento 
naufragadas (até quando?)
perdidas no nevoeiro.
naufragadas (até quando?)
perdidas no nevoeiro.
Manuel Alegre 
Sem comentários:
Enviar um comentário