Importa mesmo educar os públicos para outras leituras de acordo com os gostos pessoais
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
1408 - Sou louco e sensato
Sonho que sou louco, e na minha loucura
Sou mais sensato que num sonho
Ou acordado, com medo que me tenham por louco
Meus companheiros de sonho.
Meu bom senso é diária loucura,
Para um mundo em vigília que atribui
Mais vigília e atenção mais funda
À razão do que a razão possui.
Sonho é minha vida diária, cada dia
Simula e dissimula até loucura
E razão serem ambas semelhantes,
E eu ajo enquanto sonho.
No sonho, o bom senso e a loucura,
Na loucura, o sonho e o dia a dia
Ligados, entre si todos semelhantes:
Sonhando ou acordado, sou louco e sou sensato.
versões de Herberto Helder, "A identidade dos contrários", in "As Magias", Assírio & Alvim, 1988
Sou mais sensato que num sonho
Ou acordado, com medo que me tenham por louco
Meus companheiros de sonho.
Meu bom senso é diária loucura,
Para um mundo em vigília que atribui
Mais vigília e atenção mais funda
À razão do que a razão possui.
Sonho é minha vida diária, cada dia
Simula e dissimula até loucura
E razão serem ambas semelhantes,
E eu ajo enquanto sonho.
No sonho, o bom senso e a loucura,
Na loucura, o sonho e o dia a dia
Ligados, entre si todos semelhantes:
Sonhando ou acordado, sou louco e sou sensato.
versões de Herberto Helder, "A identidade dos contrários", in "As Magias", Assírio & Alvim, 1988
terça-feira, 27 de setembro de 2011
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
domingo, 25 de setembro de 2011
1405 - Outra margem / primeiros dias de aulas
E com um búzio nos olhos claros
Vinham do cais, da outra margem
Vinham do campo e da cidade
Qual a canção? Qual a viagem?
Vinham p’rá escola. Que desejavam?
De face suja, iluminada?
Traziam sonhos e pesadelos.
Eram a noite e a madrugada.
Vinham sozinhos com o seu destino.
Ali chegavam. Ali estavam.
Eram já velhos? Eram meninos?
Vinham p’rá escola. O que esperavam?
Vinham de longe. Vinham sozinhos.
Lá da planície. Lá da cidade.
Das casas pobres. Dos bairros tristes.
Vinham p’rá escola: a novidade.
E com uma estrela na mão direita
E os olhos grandes e voz macia
Ali chegaram para aprender
O sonho a vida a poesia.
Maria Rosa Colaço
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
1404 - Um dia intenso
Hoje tive um dia bem cheio com duas reuniões, uma de manhã e outra de tarde.
Felizmente que vivo num país lindíssimo, com sol quase todo o ano, o que permitiu ter uma hora de almoço ao ar livre e com vista para o rio lá para as bandas do Seixal.
Que bem que soube! Quem dera que os dias pudessem ter todos um momento Zen!
Felizmente que vivo num país lindíssimo, com sol quase todo o ano, o que permitiu ter uma hora de almoço ao ar livre e com vista para o rio lá para as bandas do Seixal.
Que bem que soube! Quem dera que os dias pudessem ter todos um momento Zen!
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
1403 - primeira aula do ano
Primeira aula deste ano lectivo...
Uma turma de 7º ano com um grande grupo de rapazes... Os putos estão agitados e há umas conversas paralelas...
Vi aquilo mal parado para lhes falar um pouco de mim e do que vão aprender...
Lembrei-me de lhes falar de que podíamos fazer um blogue e começámos logo a pensar num primeiro texto. Passados poucos minutos os putos estavam conquistados e a trabalhar no primeiro post!
Bendita experiência de já 24 anos de ensino que nos permite ter estratégias que motivam e controlam uma aula sem que seja necessário algum autoritarismo que não leva a nada e que eles estão à espera
Vamos ao trabalho. Não há uma segunda oportunidade para uma primeira impressão
---
Texto retirado daqui:
Uma turma de 7º ano com um grande grupo de rapazes... Os putos estão agitados e há umas conversas paralelas...
Vi aquilo mal parado para lhes falar um pouco de mim e do que vão aprender...
Lembrei-me de lhes falar de que podíamos fazer um blogue e começámos logo a pensar num primeiro texto. Passados poucos minutos os putos estavam conquistados e a trabalhar no primeiro post!
Bendita experiência de já 24 anos de ensino que nos permite ter estratégias que motivam e controlam uma aula sem que seja necessário algum autoritarismo que não leva a nada e que eles estão à espera
Vamos ao trabalho. Não há uma segunda oportunidade para uma primeira impressão
---
Texto retirado daqui:
Faz a diferença!
Era uma vez um escritor que morava numa tranquila praia, próxima de uma colónia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava à beira do mar para se inspirar, e à tarde ficava em casa a escrever.
Certo dia, caminhando pela praia, ele viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar perto do vulto, ele reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, jogá-las novamente de volta na água.
– Porque fazes isso? – perguntou o escritor.
– Não está a ver? – explicou o jovem – A maré está baixa e o Sol está muito quente. Elas vão secar e morrer se ficarem aqui na areia.
O escritor espantou-se:
– Meu jovem, existem milhares de quilómetros de praias por todo o mundo e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia. Que diferença faz? Jogas umas poucas no mar. A maioria vai morrer de qualquer forma.
O jovem pegou mais uma estrela na praia, jogou de volta na água e olhou para o escritor.
– Sim, mas para esta eu fiz a diferença.
Naquela noite o escritor não conseguiu dormir, nem sequer conseguiu escrever. Pela manhã, voltou à praia, uniu-se ao jovem e, juntos, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano.
Rangel, Alexandre (Org.) (2002). As mais belas parábolas de todos os tempos, vol.1, pág.97. Editora Leitura.
Certo dia, caminhando pela praia, ele viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar perto do vulto, ele reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, jogá-las novamente de volta na água.
– Porque fazes isso? – perguntou o escritor.
– Não está a ver? – explicou o jovem – A maré está baixa e o Sol está muito quente. Elas vão secar e morrer se ficarem aqui na areia.
O escritor espantou-se:
– Meu jovem, existem milhares de quilómetros de praias por todo o mundo e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia. Que diferença faz? Jogas umas poucas no mar. A maioria vai morrer de qualquer forma.
O jovem pegou mais uma estrela na praia, jogou de volta na água e olhou para o escritor.
– Sim, mas para esta eu fiz a diferença.
Naquela noite o escritor não conseguiu dormir, nem sequer conseguiu escrever. Pela manhã, voltou à praia, uniu-se ao jovem e, juntos, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano.
Rangel, Alexandre (Org.) (2002). As mais belas parábolas de todos os tempos, vol.1, pág.97. Editora Leitura.
Tal como nesta estória, faço votos que cada um dos professores consiga fazer a diferença na vida dos seus alunos.
Desejo-vos um excelente ano letivo, repleto de realizações pessoais e profissionais.
Faz a diferença!
Maneras de leer - Encuentros de buenas práticas lectoras
Decorreu em Madrid entre os dias 20 e 21 de Setembro um encontro de boas práticas leitoras.
Vale a pena consultar o web site. Ideias não faltam
Vale a pena consultar o web site. Ideias não faltam
terça-feira, 20 de setembro de 2011
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
1402 - o que por aqui se ouve
Quanto mais ouço a sua obra, mais percebo que Mozart era, de facto, um génio, um predestinado. Por vezes infantil, por vezes brincando, por vezes sério, mas sempre brilhante.
domingo, 18 de setembro de 2011
Extinção / Fusão do Plano Nacional de Leitura
Esta semana estive na Gulbenkian para assistir ao fim da V conferência do PNL.Foi apresentado um estudo de avaliação dos 5 anos do Plano Nacional de Leitura feito por uma entidade externa o ISCTE
Nesse estudo, disponível em síntese em:
http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/mais-de-metade-dos-jovens-portugueses-valorizam-a-leitura_1511882 chegou-se à conclusão que o programa tem dado frutos, que os miúdos lêem muito mais e ainda outros resultados positivos que mostravam um trabalho consistente e de continuidade e uma liderança estratégica. Tudo isso foi demonstrado e elogiado. Até se comentou que este programa era um oásis num país que nunca avaliava e dava continuidade às coisas que funcionavam e davam frutos.
Nem de propósito! o governo extingui-o ontem. Aqui está http://economia.publico.pt/Noticia/governo-divulga-lista-dos-organismos-que-vao-ser-extintos-e-fundidos_1512256
Pode ter alguns motivos que ainda não explicou. pode ser apenas uma fusão ou que se venha a criar um novo programa. Por agora só me apetece dizer: Queriam continuidade, trabalho sistemático e duradouro? Assim não vamos lá!
sendo que ao lá me quero referir ao aumento dos níveis de literacia, a uma sociedade mais culta, ao fomento da leitura.
Se a educação é cara, experimente-se a ignorância!
Nesse estudo, disponível em síntese em:
http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/mais-de-metade-dos-jovens-portugueses-valorizam-a-leitura_1511882 chegou-se à conclusão que o programa tem dado frutos, que os miúdos lêem muito mais e ainda outros resultados positivos que mostravam um trabalho consistente e de continuidade e uma liderança estratégica. Tudo isso foi demonstrado e elogiado. Até se comentou que este programa era um oásis num país que nunca avaliava e dava continuidade às coisas que funcionavam e davam frutos.
Nem de propósito! o governo extingui-o ontem. Aqui está http://economia.publico.pt/Noticia/governo-divulga-lista-dos-organismos-que-vao-ser-extintos-e-fundidos_1512256
Pode ter alguns motivos que ainda não explicou. pode ser apenas uma fusão ou que se venha a criar um novo programa. Por agora só me apetece dizer: Queriam continuidade, trabalho sistemático e duradouro? Assim não vamos lá!
sendo que ao lá me quero referir ao aumento dos níveis de literacia, a uma sociedade mais culta, ao fomento da leitura.
Se a educação é cara, experimente-se a ignorância!
1401 - cenas da vida familiar
Ontem a avo do meu filho estava preocupada porque achava que, estando na cozinha, não permitiu que o neto lá estivesse também ou lhe tivesse comido qualquer coisa que ele queria, pois este entrou na cozinha e abriu as portas dos armários e fechou-as...
Veio a saber-se que o neto, preocupado pelo facto de os pais lhe ralharem por não falar muito com a avó, resolveu inventar um pretexto para entabular conversa com ela.
Em vez de chegar à cozinha e falar, o que lhe pareceu mal. Rresolveu entrar, abrir as portas dos armários, para fingir que tinha ido lá fazer qualquer coisa e assim ter pretexto para falar com a avó!
E assim se criam confusões por se complicar o que é simples!
Veio a saber-se que o neto, preocupado pelo facto de os pais lhe ralharem por não falar muito com a avó, resolveu inventar um pretexto para entabular conversa com ela.
Em vez de chegar à cozinha e falar, o que lhe pareceu mal. Rresolveu entrar, abrir as portas dos armários, para fingir que tinha ido lá fazer qualquer coisa e assim ter pretexto para falar com a avó!
E assim se criam confusões por se complicar o que é simples!
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
1399 - Vida em família ou de onde se escreve sobre uma casa cheia
O final de Agosto e início deste mês marcou uma fase nova aqui em casa. O facto de uma familiar ter partido o colo do fémur em meados de Agosto e ter optado por aceitar a nossa oferta para recuperar aqui em casa, trouxe alguma (muita) mudança de ritmos e rotinas.
A mais engraçada é o facto de a casa estar sempre cheia ao final da tarde, havendo dias verdadeiramente indescritíveis, pois chegam os irmãos, pai, sogra, tias, netos, ... nem sabendo eu para onde me virar. A somar a tudo isto apareceu também uma gata ainda jovem que pertence ao vizinho. Baptizámos-la de "Gaspar". De facto, só faltava mais esta a juntar-se ao grupo. Penso que já só faltará a visita do periquito da minha irmã!
O lado positivo disto tudo e um certo fortalecimento dos laços familiares que só eram retomados por altura das grandes festas!
A mais engraçada é o facto de a casa estar sempre cheia ao final da tarde, havendo dias verdadeiramente indescritíveis, pois chegam os irmãos, pai, sogra, tias, netos, ... nem sabendo eu para onde me virar. A somar a tudo isto apareceu também uma gata ainda jovem que pertence ao vizinho. Baptizámos-la de "Gaspar". De facto, só faltava mais esta a juntar-se ao grupo. Penso que já só faltará a visita do periquito da minha irmã!
O lado positivo disto tudo e um certo fortalecimento dos laços familiares que só eram retomados por altura das grandes festas!
sábado, 10 de setembro de 2011
1398- Formas de expressão: A pintura
Confesso que me apaixona a pintura, essa forma de expressão artística que tem tanto em comum com a escrita ou outras formas de expressão. Trata-se de percepcionar o mundo, interiorizá-lo e descrevê-lo à nossa maneira. Uns fazem-nos através da escrita, outros, da fotografia, outros da escultura e outros através da pintura.
Gosto do jogo de cores, dos tons, da profundidade, do aspecto valorizado em detrimento de outro, ...
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Não penso que fosse bom pintor, assim como não sou bom escritor, afinal, aqueles que saem da mediocridade são muito poucos, e creio até que deitaria fora a maior parte das coisas que fizesse por insatisfação ou por achar repetitiva a temática.
Tudo isto tem a ver com a forma como somos ou não reprimidos ou incentivados numa infância longínqua. No meu caso a escola valorizou a escrita e por ela me fiquei. Libertar a expressão implicaria tempo e dinheiro para frequentar uma escola, coisa que não tenho nem está nas minhas prioridades mais próximas pois se nem tempo para as obrigações profissionais tenho!
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Não invalida que não me fascine um filme como o acima e ver a forma como tudo parece natural naquele génio que se chama Picasso!
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
terça-feira, 6 de setembro de 2011
1396 - o tempo não é todo igual, ai não é não!!
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes
encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.
David Mourão Ferreira
domingo, 4 de setembro de 2011
1395 - Expectante
Expectante
apenas isso.
Para quê chorar o passado
Morto e enterrado?
Para quê angustiar-me com o futuro
Ainda prematuro?
Mantenho-me expectante
apenas isso.
O que for será!
apenas isso.
Para quê chorar o passado
Morto e enterrado?
Para quê angustiar-me com o futuro
Ainda prematuro?
Mantenho-me expectante
apenas isso.
O que for será!
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