domingo, 8 de julho de 2012

Encontro de escolas aler+



 Graças ao Dr. Carlos Fiolhais que, no passado dia 3 de julho, no encontro de escolas aler+ nos presenteou com uma brilhante reflexão sobre a importância do livro para a história da humanidade, tive a oportunidade de reler um capítulo de uma série que muito me marcou (ainda marca): O Cosmos. Eis como um cientista, Carl Sagan, nos falava de livros.  

"Um livro é feito de uma árvore. É um conjunto de partes lisas e flexíveis (que ainda se chamam folhas) impressas em caracteres de pigmentação escura. Dá-se uma vista de olhos e ouve-se a voz de outra pessoa - talvez alguém que já tenha morrido há milhares de anos. Através dos milênios, o autor está a falar, com clareza e em silêncio, dentro da nossa cabeça, directamente para nós. A escrita foi talvez a maior das invenções humanas, ligando as pessoas, cidadãos de épocas distintas que nunca chegaram a conhecer. Os livros quebram as cadeias do tempo, provam que os seres humanos são capazes de exercer a magia. Alguns dos autores mais antigos escreveram sobre o barro. A escrita cuneiforme, o antecessor remoto do alfabeto ocidental, foi inventado no Próximo Oriente, há cerca de 5.000 anos; o objetivo era manter registros: a compra de cereais, a venda de terra, os triunfos do rei, os estatutos dos sacerdotes, as posições das estrelas, as orações aos deuses. Durante milhares de anos, a escrita foi cinzelada em barro e pedra, riscada sobre a cera, casca de árvore ou couro; pintada em bambu, papiro ou seda- mas sempre uma cópia de cada vez e, com excepção das inscrições nos monumentos, sempre para pequeno número de leitores. Foi então que, na China, entre o século II e o século VI, se inventaram a tinta e a impressão em blocos de madeira gravada, o que permitia fazerem-se e distribuirem-se muitas cópias do mesmo trabalho. A idéia demorou 1.000 anos a atingir a Europa remota e atrasada. Depois , de repente, os livros começaram a ser impressos por todo o mundo. Exatamente antes da invenção dos caracteres móveis, cerca de 1.450, não havia mais do que algumas dezenas de milhares de livros em toda a Europa, todos manuscritos: apenas quase tantos quantos havia na China em 100 ª. C e um décimo dos existentes na grande Biblioteca de Alexandria. Cinqüenta anos mais tarde, cerca de 1.500, havia 10 milhões de livros impressos. A cultura ficara ao dispôr de quem quer que soubesse ler. A magia estava por toda a parte."

Muito obrigado Carl Sagan

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