terça-feira, 23 de outubro de 2018

1881 (Do espanto de viver) Gato que brincas na rua

Gato que brincas na rua

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
Fernando Pessoa 
1-1931

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

1880 (da espuma dos dias) - A história da moral

A HISTÓRIA DA MORAL


Você tem-me cavalgado
seu safado!
Você tem-me cavalgado,
mas nem por isso me pôs
a pensar como você.

Que uma coisa pensa o cavalo;
outra quem está a montá-lo.
ALEXANDRE O'NEILL
Alexandre O'Neill
Nasceu a 19 Dezembro 1924
(Lisboa)
Morreu em 21 Agosto 1986
(Lisboa)

domingo, 14 de outubro de 2018

1879 (da poesia) - Eu sou desta língua

"O sentido do poema é o próprio poema. Mas ninguém está de fora da história. Muitas vezes me perguntam porque é que , sendo poeta, eu me envolvi na política. E eu respondo: por isso mesmo."

Manuel Alegre 2018

sábado, 13 de outubro de 2018

1878 (do espanto de viver) - Pido silencio

Pido Silencio
Pablo Neruda

Ahora me dejen tranquilo.
Ahora se acostumbren sin mí.

Yo voy a cerrar los ojos
Yo sólo quiero cinco cosas,
cinco raices preferidas.

Una es el amor sin fin.
Lo segundo és ver el otoño.
No puedo ser sim que las hojas
vuelen y vuelvan a la tierra.

Lo tercero es el grave invierno,
La lluvia que amé, la caricia
del fuego em el frio silvestre.

Em cuarto lugar el verano
redondo como una sandía.


La quinta cosa son tus ojos,
Matilde mia, bienamada,
no quiero dormir sin tus ojos,
no quiero ser sin que me mires:
yo cambio la primavera
por que tú me sigas mirando.

1902 (da resiliência) - Do que um homem é capaz

Do que um homem é capaz? As coisas que ele faz Pra chegar aonde quer É capaz de dar a vida Pra levar de vencida Uma razão de viver A vida é ...