quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

1824 (do amor) - Em poucas palavras

Em poucas palavras
 
Murmuram os ventos
Nas folhas
Breves do meu diário
Vagueiam proscritos
Os mitos
Do imaginário
Segredam os dias
Das utopias
Sonhadas
Na noite em que foste
A minha namorada
E demos forma ao mundo
Na arte dos magos
Num toque de artistas
Já transformámos
A vida em ouro
Como alquimistas
Pelos sete mares enluarados
Rios e areais
Vou coroar-te no trono
Doido dos vendavais
Ao chegar de mansinho
Como um bandoleiro
Conquistar o teu corpo
Como um guerrilheiro
Apaixonadamente teu
Render-me enfim
Nos teus matagais
Amar-te toda
Como as pedras
E os animais
Mas depois do teu adeus
Do teu último beijo
Leva contigo a lembrança
A paixão, o desejo,
Ai de mim! o rancor
Que ainda guardo e não quero
Se um dia voltares
Francamente eu sei
Eu já não te espero
Será que ando forte
E que te esqueci?
Será que ando fraco
E que me perdi?
Mas em poucas palavras
Ficam belas e doces
Saudades de ti.
 
Fausto Bordalo Dias

Sem comentários:

Enviar um comentário

1902 (da resiliência) - Do que um homem é capaz

Do que um homem é capaz? As coisas que ele faz Pra chegar aonde quer É capaz de dar a vida Pra levar de vencida Uma razão de viver A vida é ...