quarta-feira, 28 de outubro de 2009

934 - Completou-se um ciclo (psicológico)



Uns destes dias recebi um convite para falar hoje aos colegas da minha escola. Não pude(nem quis)recusar esse convite. Não costumo "cuspir" na sopa onde comi (excepto se for maltratado)
Foi ali que, há uns anos atrás, comecei uma nova etapa profissional e, se cheguei onde cheguei, a muitos devo. Fomos fazendo caminho e aprendendo uns com os outros.

Não, não desejo voltar mas também não se cumpriu (?) a sentença da canção "não voltes a um lugar onde foste feliz"

Fiz questão de dar o meu melhor a quem tanta estima tem por mim. Sempre que não for impecilho e sempre que me desejarem direi: "sabem que podem contar comigo" ; como dizia o outro "contem comigo para isto e para o resto". Tudo o mais são apenas detalhes.

"Vai olhar outra vez as rosas. Compreenderás que a tua é única no mundo. Voltarás para me dizer adeus e eu faço-te presente de um segredo.
O principezinho foi ver outra vez as rosas.
- Não são de modo nenhum parecidas com a minha rosa, ainda não são nada, disse-lhes ele. Ninguém vos cativou e vocês não cativaram ninguém. São como era a minha raposa. Era uma raposa parecida com cem mil outras. Mas fiz dela minha amiga e agora ela é única no mundo.
E as rosas ficaram muito incomodadas.
- São belas, mas vazias, disse-lhes ele ainda. Não se pode morrer por vocês. É certo que um vulgar viandante pensaria que ela se parece convosco. Mas por si é mais importante que vocês todas pois foi ela que eu reguei. Foi ela que eu coloquei sob uma redoma. Foi ela que eu abriguei com o guarda-vento. Foi a ela que matei as lagartas. Foi ela que eu ouvi queixar-se ou gabar-se, ou por vezes calar-se. Ela é a minha rosa.
E voltou para junto da raposa:
- Adeus, disse...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se pode ver bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.
- O essencial é invisível aos olhos, repetiu o principezinho de modo a poder recordar-se.
- É o tempo que perdeste com a tua rosa que torna a tua rosa tão importante.
- É o tempo que eu perdi com a minha rosa... disse o principezinho para se recordar.
Os homens esqueceram esta verdade, disse a raposa, mas tu não deves esquecer-te. Tornaste-te para sempre responsável por aquilo que cativaste. Tu és responsável pela tua rosa...
- Sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, para se recordar
.”

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Também hoje senti a necessidade de enviar o poema do Alberto Caeiro a uma amiga que muito considero e que anda feita uma barata tonta sem tempo para gerir as 999 tarefas que tem em mãos. Lembrei-me do meu post 650 - Propósito para o novo ano II que publiquei a 2 de Janeiro. Concluí que me tenho mantido fiel ao norte!

Ah, malandro! já quase que cumpriste uma promessa de ano novo. Brilhante!

Para além da curva da estrada
Talvez haja um poço, e talvez um castelo,
E talvez apenas a continuação da estrada.
Não sei nem pergunto.
Enquanto vou na estrada antes da curva
Só olho para a estrada antes da curva,
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.
De nada me serviria estar olhando para outro lado
E para aquilo que não vejo.
Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.
Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.
Se há alguém para além da curva da estrada,
Esses que se preocupem com o que ha para além da curva da estrada.
Essa é que é a estrada para eles.
Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.
Por ora só sabemos que lá não estamos.
Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva
Há a estrada sem curva nenhuma.

(Alberto Caeiro)

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