sexta-feira, 24 de junho de 2011

1369 -


















O amor é um pássaro rebelde
Que ninguém pode aprisionar;
É em vão que o chamamos
se lhe convém recusar!
De nada servem ameaças ou orações,
Um fala bem, o outro cala-se
E é o outro que prefiro,
Nada disse, mas agrada-me.

O amor é um pássaro rebelde
Que ninguém pode aprisionar;
É em vão que o chamamos
se lhe convém recusar!

O amor... O amor... O amor
O amor é filho da Boémia,
filho que nunca conheceu lei;
Se não me amas, amo-te eu,
Se eu te amo, tem cuidado!

Tem cuidado

Mas se eu te amo,
se eu te amo, tem cuidado!

Tem cuidado!

O pássaro que pensavas apanhar
Bateu a asa e voou;
O amor está longe, bem podes esperar por ele;
mas quando menos esperares, ele aí está!

Tudo à tua volta, depressa, depressa,
Ele vem, vai-se embora para depois voltar,
Quando pensas tê-lo agarrado, ele evita-te
Quando pensas tê-lo evitado, ele agarra-te!
O amor, o amor
Se não me amas, eu amo-te
se te amo, cuidado comigo

Tem cuidado

Georges Bizet

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O parente mais próximo





Inspirada pelos entusiasmos do meu amigo João, não resisto a partilhar o livro que me acompanha por estes dias. Uma narrativa bem escrita, prende-nos no meio de vários enredos. Uma fórmula que funciona e vicia...

Do mesmo autor já conhecíamos o comovente O rapaz do pijama às riscas e a responsabilidade de John Boyne era grande. Parece estar à altura, acho que o final não me vai desiludir.

Recomendo, nestes dias que se querem de muita leitura e sol!





Londres, 1936. A ascensão de Hitler assusta o velho Continente, mas é o caso amoroso do Rei Eduardo VIII que domina as conversas desde as tabernas aos círculos mais restritos da aristocracia. Enquanto o Rei pondera abdicar do trono por amor a uma mulher casada, Owen Montignac espera a herança do tio para pagar a sua enorme dívida de jogo. Quando o dinheiro é atribuído à sua prima Stella, Owen vê-se obrigado a construir um plano maquiavélico para conseguir o dinheiro, salvar a posição social e para se ver livre, de uma vez por todas, dos agiotas. No meio de uma crise política Owen mantém-se vivo através da perspicácia e da imaginação, mas é a disponibilidade para matar que vai ditar o seu futuro.

Fonte:
http://www.facebook.com/note.php?note_id=211677602185639&comments

segunda-feira, 20 de junho de 2011

1366- pensamentos ao correr da pena II














Do tempo que não rende...
Da música que ficou no ouvido...
De ter sido motorista do meu rapaz durante todos o fim de semana (daqui para ali e dali para aqui)
Do fantástico que é voltar a rever chapeús de sol à beira Tejo, na praia do Seixal, numa fantástica tarde de sol!
Da porcaria dos arranjos que são necessários fazer na casa mas que nunca saem bem à primeira (quando será meu Deus?)
Do rapaz que nos pregou um susto pois não levou o telemóvel e nunca mais chegava a casa
Dos projectos que se iam levar a cabo em 2 dias e dos quais nada resultou como o previsto e nunca mais aprendo!

Disto tudo se faz um fim de semana
De tudo isto se poderia escrever

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Fome de Knut Hamsun

Mais outro livro que devorei em dois dias (e juro que ando cheio de trabalho)

O autor de "Fome" é Knut Hamson (1859-1953), escritor norueguês, prémio Nobel da Literatura de 1920.
Thomas Mann afirmou que “Hamsun é o maior escritor de sempre”. André Gide disse que ele “apenas é comparável a Dostoievski, mas talvez mais subtil”, segundo o The New Yorker, este primeiro romance de Hamson “é um romance intemporal que influenciou autores como Kafka e Henry Miller”.
Com efeito, “Fome” não parece um livro escrito no final do século XIX. O romance não tem história, não tem personagens, a não ser o narrador, praticamente não tem acção. É, de facto, um livro onde não se passa nada, e isso deve ter sido muito inovador, em 1890.
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Fome é uma história sobre um jovem escritor sem tecto, incapaz de arranjar trabalho e morrendo de fome vageando pelas ruas da Christiania (actual Olso). Apesar de suas roupas estarem em farrapos e de sua aparência miserável, ele consegue manter uma certa dignidade e seu pedaço de lápis. O narrador vaga pelas ruas da cidade e eventualmente tem seus artigos publicados por jornais locais...

1365- pensamentos ao correr da pena
















1 - Da janela do comboio já não se vêem Jacarandás no Palácio das Necessidades. Foi uma explosão de cor que durou 2 ou 3 semanas. Agora voltou o verde mas as cores de Lisboa são agora o fogo do Verão que se aproxima (amarelos, vermelhos, dourados...)
Que pena não ter trazido a máquina. Era giro ir comparando as tonalidades...

2 - Um destes dias (acho que foi segunda) estava tão embrenhado na leitura que iá ficando fechado no metro. Não é que não ouvi: estação terminal. Pede-se aos Srs passageiros...?
Lá bati à porta e lá me a abriram.... quem me manda ler o Primo Levi...
3 - Ontem dei a última aula deste ano lectivo. Ficou um não sei quê... Os miúdos foram quase unânimes nos textos que fizeram que me acharam "fixe"... Eu é que os vejo partir com a noção do que poderia ter sido e de que não houve tempo para nada e tanto que tinha para conversar ainda com eles. Deitei a rede ao mar, semeei, Eles serão os novos pescadores e colherão os frutos. Que sejam felizes! bem o merecem tais as carências que alguns tinham... tudo servia para chamar a atenção, havia até um que parecia que tinha pregos nas cadeiras e estava sempre de pé. Precisava de ser "visto". Um afago e lá sossegava ele. Que vidas!
Muitos deles têm muitas potencialidades. A ver o que a vida faz deles e o que eles fazem da vida!
"havia de haver uma festa... o que eu espero da vida é viver"

4 - E sempre esta noção de insatisfação. Será a forma como eu vejo as coisas tão diferente da forma como eles a vêem ou me vêem?Serei louco? estarei louco? podem-me os sentidos trair tanto? será imaginação?
"Era uma vez um homem chamado Job, que vivia no país de Hus. Era um homem íntegro e recto, que temia a Deus e evitava o mal. Tinha sete filhos e três filhas. Possuía também sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois, quinhentas mulas e grande número de empregados. Job era o mais rico dos homens do Oriente.
Os filhos de Job costumavam fazer banquetes, um dia na casa de cada um, e convidavam as três irmãs para comer e beber com eles. Quando terminavam esses dias de festa, Job mandava-os chamar, para os purificar. Ele madrugava e oferecia um holocausto por cada um deles, pensando: «Talvez os meus filhos tenham pecado, ofendendo a Deus no seu coração». E Job fazia assim todas as vezes.
Certo dia, os anjos apresentaram-se diante de Deus e, entre eles, foi também Satanás. Então Deus perguntou a Satanás: «De onde vens?» Satanás respondeu: «Fui dar uma volta pela Terra». Deus disse-lhe: «Reparaste no meu servo Job? Na Terra não existe nenhum outro como ele: é um homem íntegro e recto, que teme a Deus e evita o mal».Satanás respondeu a Deus: «E é a troco de nada que Job teme a Deus? Tu mesmo puseste um muro de protecção ao redor dele, da sua casa e de todos os seus bens. Abençoaste os seus trabalhos, e os seus rebanhos cobrem toda a região. Estende, porém, a mão e mexe no que ele possui. Garanto-Te que ele Te amaldiçoará na face!»
Então Deus disse a Satanás: «Pois bem! Faz o que quiseres ao que ele possui, mas não estendas a mão contra ele». E Satanás saiu da presença de Deus.
Certo dia, os filhos e filhas de Job comiam e bebiam na casa do irmão mais velho..."

(felizmente que a leitura que agora trago comigo apresenta um personagem que pensa da mesma forma...) 

1903 - (da Resiliência) Crónica de um dia de praia

Decidi ir à praia à tarde. Chego à Costa de Caparica e ao parque de estacionamento. Vejo muitos carros a sair; fico satisfeito por pensar ...