segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

1828 (Do amor) - Para ti meu amor

Para ti, Meu amor

Para ti,
Meu amor;
Levanto a voz,
No silêncio
Desta solidão em que me encontro.
Sei que gostas de ouvir,
A minha voz,
Feita de palavras ternas e doces
Que invento para ti
Nos momentos calmos
Em que estamos sós
Sei que me ouves
Agora
- Uma vez mais - 
Apesar da distância
E do silêncio.
O amor;
Opera esse milagre
Simples,
Como tudo o que é natural:
Ouvir;
Bem no fundo do coração
As palavras não ditas
Mas sentidas;
Adivinhar;
Bem ao nosso lado,
A perseverança,
Insubstituível e certa
Do ausente
- Presença inconvertível
Em ausência,
Por maiores que sejam a distância
E o silêncio!

Mário Soares

Aljube
22 Fevereiro 1962

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