quinta-feira, 31 de maio de 2007

208 - Se...













Se o amor quiser voltar

Se o amor quiser voltar,
Que terei pra lhe contar?
A tristeza das noites perdidas,
Do tempo vivido em silêncio...
Qualquer olhar lhe vai dizer
Que o adeus me faz morrer.

E eu morri tantas vezes na vida.
Mas se ele insistir,
Mas se ele voltar,
Aqui estou sempre a esperar

terça-feira, 29 de maio de 2007

207 - A propósito da situação que por aí se vai vivendo














(greve - Segall 1956)


Por acaso até não vou fazer greve e tudo o que vou escrever adiante poderá parecer incongruente mas, não estou para dar nem mais um tostão ao governo para que gaste em sei lá o quê para fazer sei lá o quê. Estou farto de er o meu dinheiro mal gasto, de não ser aumentado, de ver o meu poder de compra diminuir, de asneira atrás de asneira e NÃO ME APETECE dar-lhes mais uns cobres para esbanjarem. Para esbanjar o meu dinheiro eu tenho imaginação suficiente. Pois dividirei o meu ordenado em 30 partes e uma delas (a do tal dia da greve) será para esbanjar no que bem me apetecer... Para safado, safado e meio!


Este post até nem era sobre a greve mas sobre um certo modo de estar e de deixar andar que nos deixa ficar mal. Não mais fazerem de mim um tolo que é enganado com "papas e bolos". Haja que páre e diga: Não - por mim e pelos outros


segunda-feira, 28 de maio de 2007

206 - Eu e o meu outro eu



















Faz impressão o trabalho que se tem em ser superficial
Faz-me impressão e baralho o vulgar e o intelectual

Sinto depressão conforme perco tempo essencial
Sofro uma pressão enorme para gostar do que é normal

Deixo tudo para mais logo não sou analógico sou criatura digital
Tendo para mais louco não sou patológico como um papel vegetal

Faz-me impressão ser seguido imitado por gente banal
Faz-me um favor estou perdido indica-me algo de fundamental

Acho que o que gosto em mim o que me emotiva é uma preguiça transcendental
E em ti o que me torna em afimo que me cativa é esse sorriso vertical
como um impressão digital

Sinto-te uma fotocópia prefiro o original
Edição revista e aumentada cordão umbilical
Exclusivo a morder a página em papel jornal

domingo, 27 de maio de 2007

205 - Só Deus sabe o que será















Se eu voar sem saber onde vou
se eu andar sem conhecer quem sou
se eu falar e a voz soar com a manhã
eu sei...

se eu beber dessa luz que apaga
a noite em mim
e se um dia eu disser
que já não quero estar aqui
só Deus sabe o que virá
só Deus sabe o que será
não há outro que conhece
tudo o que acontece em mim

se a tristeza é mais profunda que a dor
se este dia já não tem sabor
e no pensar que tudo isto já pensei
eu sei...

se eu beber dessa luz que apaga
a noite em mim
e se um dia eu disser
que já não quero estar aqui
na incerteza de saber
o que fazer, o que querer
mesmo sem nunca pensar
que um dia o vá expressar
não há outro que conhece

Sara Tavares - Eu sei

quinta-feira, 24 de maio de 2007

204 - Ah, grande Mário Lino

Pois, como humorista estamos de acordo: 100%, 5 estrelas...








Mário Lino humorista - ver em http://pftv.videos.sapo.pt/Qzbzewaz5Ll6Wt7FwzFO




203 - Até que me passe a "telha"


















Logo que passe a monção

Num banco de névoas calmas quero ficar enterrado
Num casebre de bambú na minha esteira deitado
A fumar um narguilé até que passe a monção
Enquanto a chuva derrama a sua triste canção

Sei que tenho de partir logo que suba a maré
Mas até ela subir volto a encher o narguilé
Meu capitão já é hora de partir e levantar ferro
Não me quero ir embora diga que foi ao meu enterro

Deixem-me ficar deitado a ouvir a chuva a cair
Que ainda estou acordado só tenho a alma a dormir
Como a folha de bambú a deslizar na corrente
Apenas presa ao mundo por um fio de água morrente

Nos arrozais morre a chuva noutra água há-de nascer
Abatam-me ao efectivo também eu me vou sem morrer
Para quê ter de partir logo que passe a monção
Se encontrei toda a fortuna no lume deste morrão


Ópio bendito ópio minhas feridas mitiguei
Meu bálsamo para a dor de ser
Em ti me embalsamei
Ópio maldito ópio foi para isto que cheguei
Uma pausa no caminho
Numa névoa me tornei

quarta-feira, 23 de maio de 2007

202 - A gente ouve e não acredita 2









Citando o jornal público em http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1294849
Ministro das Obras Públicas: margem Sul é “um deserto” e não serve para o aeroporto
23.05.2007 - 18h47 Inês Sequeira


O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, afirmou hoje, no final de um almoço promovido pela Ordem dos Economistas sobre a Ota, que “a Margem Sul é um deserto” e por isso seria uma “obra faraónica” fazer aí o futuro aeroporto de Lisboa.

“Na Margem Sul não há cidades, não há gente, não há hospitais, nem hotéis nem comércio”, discursou o governante, acrescentando que, de acordo com um estudo recente, “seria necessário deslocar milhões de pessoas” para essa zona para justificar a construção do novo aeroporto.

Segundo Mário Lino, fazer um aeroporto “no Poceirão ou nas Faias” seria o mesmo “que construir Brasília no Alto Alentejo”.


Isto é espantoso! Lê-se e não se acredita...

Então se o que o Sr. Ministro diz for verdade, isto significa que o governo da república não é capaz de governar este país, então não há hospitais, não há escolas, não há comércio? então construa-se não? que raio de solidariedade nacional é esta? Que raio de coesão é esta? falhou-se o 25 de Abril a 1000%
Que vergonha admitir isto! que falha grave por parte dos nossos governantes! ficamos a saber que há portugueses de primeira e de segunda e ninguém faz nada!

Então se o que o Sr.Ministro diz é mentira ningúem o manda calar? ninguém o põe na ordem? ninguém lhe diz para pedir desculpa? ningúem o demite? isto passa impune?

Já só falta virem-nos com o argumento que governar é muito difícil e que só gente muito qualificada nos pode poupar a dificuldade que seria se fossemos nós a governar...


Dificuldade de governar

1Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar. Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra. E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Führer?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.

2E também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica. Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados?
E que Seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.

3 Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.

4 Ou será que Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?

1903 - (da Resiliência) Crónica de um dia de praia

Decidi ir à praia à tarde. Chego à Costa de Caparica e ao parque de estacionamento. Vejo muitos carros a sair; fico satisfeito por pensar ...