quarta-feira, 31 de outubro de 2018
terça-feira, 30 de outubro de 2018
terça-feira, 23 de outubro de 2018
1881 (Do espanto de viver) Gato que brincas na rua
Gato que brincas na rua
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
Fernando Pessoa
1-1931
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
1880 (da espuma dos dias) - A história da moral
A HISTÓRIA DA MORAL
Você tem-me cavalgado
seu safado!
Você tem-me cavalgado,
mas nem por isso me pôs
a pensar como você.
Que uma coisa pensa o cavalo;
outra quem está a montá-lo.
seu safado!
Você tem-me cavalgado,
mas nem por isso me pôs
a pensar como você.
Que uma coisa pensa o cavalo;
outra quem está a montá-lo.
ALEXANDRE O'NEILL

Nasceu a 19 Dezembro 1924
(Lisboa)
(Lisboa)
Morreu em 21 Agosto 1986
(Lisboa)
(Lisboa)
domingo, 14 de outubro de 2018
1879 (da poesia) - Eu sou desta língua
"O sentido do poema é o próprio poema. Mas ninguém está de fora da história. Muitas vezes me perguntam porque é que , sendo poeta, eu me envolvi na política. E eu respondo: por isso mesmo."
Manuel Alegre 2018
Manuel Alegre 2018
sábado, 13 de outubro de 2018
1878 (do espanto de viver) - Pido silencio
Pido Silencio
Pablo Neruda
Ahora me dejen tranquilo.
Ahora se acostumbren sin mí.
Yo voy a cerrar los ojos
Yo sólo quiero cinco cosas,
cinco raices preferidas.
Una es el amor sin fin.
Lo segundo és ver el otoño.
No puedo ser sim que las hojas
vuelen y vuelvan a la tierra.
Lo tercero es el grave invierno,
La lluvia que amé, la caricia
del fuego em el frio silvestre.
Em cuarto lugar el verano
redondo como una sandía.
La quinta cosa son tus ojos,
Matilde mia, bienamada,
no quiero dormir sin tus ojos,
no quiero ser sin que me mires:
yo cambio la primavera
por que tú me sigas mirando.
sexta-feira, 24 de agosto de 2018
1877 (Do espanto de viver) - Desfado
Desfado
Quer o destino que eu não creia no destino
E o meu fado é nem ter fado nenhum
Cantá-lo bem sem sequer o ter sentido
Senti-lo como ninguém, mas não ter sentido algum
Ai que tristeza, esta minha alegria
Ai que alegria, esta tão grande tristeza
Esperar que um dia eu não espere mais um dia
Por aquele que nunca vem e que aqui esteve presente
Ai que saudade
Que eu tenho de ter saudade
Saudades de ter alguém
Que aqui está e não existe
Sentir-me triste
Só por me sentir tão bem
E alegre sentir-me bem
Só por eu andar tão triste
Ai se eu pudesse não cantar "ai se eu pudesse"
E lamentasse não ter mais nenhum lamento
Talvez ouvisse no silêncio que fizesse
Uma voz que fosse minha cantar alguém cá dentro
Ai que desgraça esta sorte que me assiste
Ai mas que sorte eu viver tão desgraçada
Na incerteza que nada mais certo existe
Além da grande certeza de não estar certa de nada.
Pedro da Silva Martins
Quer o destino que eu não creia no destino
E o meu fado é nem ter fado nenhum
Cantá-lo bem sem sequer o ter sentido
Senti-lo como ninguém, mas não ter sentido algum
Ai que tristeza, esta minha alegria
Ai que alegria, esta tão grande tristeza
Esperar que um dia eu não espere mais um dia
Por aquele que nunca vem e que aqui esteve presente
Ai que saudade
Que eu tenho de ter saudade
Saudades de ter alguém
Que aqui está e não existe
Sentir-me triste
Só por me sentir tão bem
E alegre sentir-me bem
Só por eu andar tão triste
Ai se eu pudesse não cantar "ai se eu pudesse"
E lamentasse não ter mais nenhum lamento
Talvez ouvisse no silêncio que fizesse
Uma voz que fosse minha cantar alguém cá dentro
Ai que desgraça esta sorte que me assiste
Ai mas que sorte eu viver tão desgraçada
Na incerteza que nada mais certo existe
Além da grande certeza de não estar certa de nada.
Pedro da Silva Martins
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