quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O principezinho - livro carroussel




















Esta foi uma (das) oferta(s) de Natal que escolhi para mim mesmo. Trata-se de um livro que tens 6 cenas de "o principezinho" que são apresentadas como se fizessem parte de um teatro de sombras, pois pode-se pôr uma vela (ou uma luz) por dentro do livro. O efeito é magnífico e o efeito é bem mais explícito e feliz que a da foto... (há uns acetatos e uns relevos que dão a cada cena um aspecto magnífico)

(posts correlacionados - o principezinho a três dimensões e o principezinho em versão pop-up)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O Meu Livro de Política



O Meu Livro de Política é um livro da autoria de Jorge Sampaio e é o primeiro título de uma nova colecção de livros publicada pela Texto Editores, cujo objectivo é esclarecer alguns conceitos que ajudarão os mais novos a compreender melhor a vida em sociedade, a despertar um público juvenil para os valores da cidadania.

Sentei-me no sofá e sem dar por isso li o livro de Jorge Sampaio, escrito num tom autobigráfico e tão esclarecedor, pois estamos perante um tema que nem sempre é fácil explicar aos mais jovens.

Jorge Sampaio, no papel de narrador, recua até 1948 para contar como ele próprio despertou para a política e as conversas que teve na altura com a avó e o pai. Ao longo da narrativa diferencia uma democracia de um regime autoritário,e ainda explica como está organizada a Constituição da República - o livro inclui um esquema da Constituição Portuguesa que Sampaio “passou” como trabalho de casa à sua filha Vera.
A não perder! e uma sugestão para as nossas Bibliotecas Escolares.

Quando os livros ganham vida

Apesar de estar em Inglês, penso que era impossível deixar de partilhar este maravilhoso filme que mostra como o vídeo e a animação podem ser excelentes aliados na animação da Leitura.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Selma

Graças à Júlia M. conheci a Selma, escrita em Espanhol, em Maio deste ano


Selma, de Jutta Bauer

Como seguía sin encontrar la respuesta a mi pregunta, me fui en busca del Gran Carnero... ¿Qué es la felicidad?

Para que lo entiendas, te contaré la historia de Selma...

Érase una vez una oveja...

... que todas las mañanas, al amanecer, comía un poco de hierba...

...luego, enseñaba a hablar a sus hijos hasta el mediodía...

... por las tardes, hacía un poco de gimnasia...

... después, volvía a comer hierba...

... al anochcer, charlaba un rato con la señora Buitráguez...

... y por las noches, se quedaba plácida y profundamente dormida.



Un día le preguntaron, qué haría si tuviera más tiempo. Ella contestó:

Al amanecer, comería un poco de hierba...
... hablaría con los niños, por ejemplo... ¡al mediodía!
Después haría un poco de gimnasia...
... comería...
... al anochecer, me gustaría charlar un rato con la señora Buitráguez,...
... y lo
más importante de todo: por las noches dormiría plácida y profundamente.

Y si le tocara la lotería?

Pues...
Al amanecer, comería mucha hierba...
preferiblemente, al amanecer...
... hablaría largo y tendido con los niños...
...después haría un poco de gimnasia...
... por la tarde, volveria a comer hierba...
... y al anochecer, me gustaría poder charlar con la señora Buitráguez.
Por la noches, muerta de cansancio, caeria en um sueno
muy, muy profundo...
y placido también, por supuesto!

Entretanto a Selma já existe em Português e a partir de hoje também pode ser lida e ouvida aqui:

http://static.publico.clix.pt/fotogalerias/letrapequena/selma.aspx

Fabuloso

domingo, 20 de dezembro de 2009

Ondjaki - Os da minha rua



Esta foi uma leitura minha deste verão. O livro é um conjunto de pequenas histórias que relatam a infância do autor numa rua de Luanda lá pelos idos anos 70/80 do século passado.
Ao longo destas histórias, vamos conhecendo personagens tipo que poderiam (foram decerto) ter sido também nossos companheiros de infância.

A beleza do livro está na simplicidade com que o autor nos conta as suas histórias e num retorno que cada um de nós pode fazer aos seus tempos de uma infância inocente e tempos de escola.

Subtilmente, o autor também nos relata a vida em Luando nessa altura, dando-nos a conhecer a sociedade, tudo aos olhos de uma criança (a presença dos soviéticos, as tradições, as famosas telenovelas brasileiras e a televisão, os hábitos e modo de vida de uma família de rendimento suficiente, etc.).

É um livro simples mas extraordinariamente belo.

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Dedico a história abaixo (retirada do livro) ao meu avô João que, parecendo duro e tendo todo um passado de muito trabalho e sofrimento para ganhar a vida como operário, recebia do afecto, brincadeiras e inocência dos seus netos a energia e recompensa de tanto esforço feito ao longo de toda uma vida.

Lembro-me bem de como ele "amolecia" perto de nós...

O Kazukuta
Ondjaki


Nós estávamos sempre atentos à queda das nêsperas, das pitangas e das goiabas, e era mesmo por gritarmos ou por corrermos que o Kazukuta acordava assim no modo lento de vir nos espreitar, saía da casota dele a ver se alguma fruta ia sobrar para a fome dele.
Normalmente ele comia as nêsperas meio cansadas ou de pele já escura que ninguém apanhava. Mexia-se sempre devagarinho, e bocejava, e era capaz de ir procurar um bocadinho de sol pra lhe acudir as feridas, ou então mesmo buscar regresso na casota dele. Às vezes, mesmo no meio das brincadeiras, meio distraído, e antes de me gritarem com força para eu não estar assim tipo estátua, eu pensava que, se calhar, o Kazukuta naquele olhar dele de ramelas e moscas, às vezes, ele podia estar a pensar. Mesmo se a vida dele era só estar ali na casota meio triste, sair e entrar, tomar banho de mangueira com água fraca, apanhar nêsperas podres e voltar a entrar na casota dele, talvez ele estivesse a pensar nas tristezas da vida dele.
Acho que o Kazukuta era um cão triste porque é assim que me lembro dele. Nós mesmo não lhe ligávamos nenhuma. Ninguém brincava com ele, nem já os mais velhos lhe faziam só uma festinha de vez em quando. Mesmo nós só queríamos que ele saísse do caminho e não nos viesse lamber com a baba dele bem grossa de pingar devagarinho e as feridas quase a nunca sararem. Acho que o Kazukuta nunca apanhou nenhuma vacina, se calhar ele tinha alergia ou medo, não sei, devia perguntar no tio Joaquim. Também o Kazukuta não passeava na rua e cada vez andava só a dormir mais. Sim, o Kazukuta era um cão triste.
Um dia era de tarde, e vi o tio Joaquim dar banho ao Kazukuta. Um banho longo. Fiquei espantado: o tio Joaquim que ficava até tarde a ler na sala, o tio Joaquim que nos puxava as orelhas, o tio Joaquim silencioso, como é que ele podia ficar meia hora a dar banho ao Kazukuta?
Lembro o Kazukuta a adorar aquele banho, deve ser porque era um banho sincero, deve ser porque o tio punha devagarinho frases em kimbundu ao Kazukuta, e ele depois ia adormecer. Kazukuta..., lembro bem os teus olhos doces brilharem tipo um mar de sonho só porque o tio Joaquim - o tio Joaquim silencioso - veio te dar banho de mangueira e te falou palavras tranquilas num kimbundu assim com cheiros da infância dele.
E demorou.
Nós já estávamos quase a parar a nossa brincadeira. Porque afinal a água caía nos pêlos do Kazukuta, e os pêlos ficavam assim coladinhos ao corpo, e virados para baixo como se já fossem muito pesados, e a água foi, não tinha mais, e mesmo sem fechar a torneira o tio Joaquim, com a mangueira ainda a pingar as últimas gotas dela, e no regresso do Kazukuta à casota, depois daquele abano tipo chuvisco de nós rirmos, o Tio Joaquim deu a notícia que tinha demorado aquele tempo todo para dar:
- Meninos, a tia Maria morreu.
Até tive medo, não daquela notícia assim muito séria, mas do que alguém perguntou:
- Mas podemos continuar a brincar só mais um bocadinho?
O tio largou a mangueira, veio nos fazer festinhas.
- Sim, podem.
Parece mesmo vi um sorriso pequenino na boca dele. O tio Joaquim era muito calado e sorria devagarinho como se nunca soubesse nada das horas e das pressas dos outros adultos. Às vezes ele aparecia no quintal sem fazer ruído e espreitava a nossa brincadeira sem corrigir nada. Olhava de longe como se fosse uma criança quieta com inveja de vir brincar connosco também.
O tio Joaquim gostava muito de dar banho ao Kazukuta. Um dia kazukuta estava muito velho e morreu mesmo.

AN AWESOME BOOK


Para ler, basta clicar na imagem...

1903 - (da Resiliência) Crónica de um dia de praia

Decidi ir à praia à tarde. Chego à Costa de Caparica e ao parque de estacionamento. Vejo muitos carros a sair; fico satisfeito por pensar ...